Um dos filmes que eu esperava ver com uma enorme ansiedade, era este “TÃO SÓ O FIM DO MUNDO” do realizador Xavier Dolan. Por variadíssimas razões, eu aguardava ansiosamente por este filme e finalmente, tive agora a possibilidade de o assistir, mas infelizmente, o filme não conseguiu conquistar-me. Não tocou o meu coração. Não me deixou tão arrebatado como os outros filmes do realizador me deixaram. E é pena, porque tinha criado uma enorme expectativa em relação a este filme, que foi muito aplaudido pela crítica e muitos prémios arrecadou nos vários festivais de cinema por onde passou.
Eu sou apaixonado pelo Xavier Dolan. Com apenas 28 aninhos, este jovem realizador já me conquistou a 100%, ao ponto de ser um dos meus realizadores favoritos. Não só gosto dele por ser um grande realizador, como também o adoro como ator e claro, ele (que é gay assumido) tem ainda a particularidade de ser lindo de morrer. Aliando todo o seu talento e beleza, ele ainda consegue fazer filmes que facilmente tocam o meu coração. O primeiro contacto que tive com o Xavier Dolan, foi através do filme “Amores Imaginários”. Logo aí, fiquei perdidamente apaixonado e comecei logo a ficar atento às novidades em relação ao jovem promissor realizador/ator. Hoje, agora que já vi o último filme que ele apresentou no ano passado, posso já dizer que vi todos os filmes realizados por ele e apesar de haver uns que gosto mais do que de outros, a verdade é que toda a sua filmografia é extremamente deliciosa, maravilhosa, fascinante. Xavier Dolan é um verdadeiro artista na hora de contar uma história e todas as suas histórias são verdadeiramente fascinantes. Aqui pelo MORE eu já falei de alguns dos seus filmes (basta passarem por aqui para reverem a minha crítica), mas não posso para já, deixar de referir, que um dos meus filmes favoritos, é o “Mommy” de 2014. Ainda me lembro, que por causa desse filme, eu chorei horrores. E chorei com a mesma intensidade, das três vezes que vi o filme. Enfim…
Mas voltando ao “Tão Só O Fim do Mundo”, como disse logo no inicio, infelizmente esse seu último filme, na minha opinião não foi tão surpreendente quanto os anteriores. É claro que o filme continua na mesma a ser maravilhoso. A realização foi excelente, o desempenho por parte dos artistas também foi maravilhoso, adorei saber que mais uma vez, o realizador deu um principal destaque a banda sonora do filme, mas houve coisas ali que não foram totalmente do meu agrado. Esperava algo mais. Esperava algo diferente e a história do filho pródigo, que regressa a casa ao fim de 12 anos para contar uma (triste) novidade à família, não chegou a comover-me como eu esperava que acontecesse. Acho que faltou ali algumas explicações e aquele final foi um pouco frustrante. Muito daquilo que vemos no filme, faz com que depois sejamos nós a fazer um filme na nossa cabeça, de forma a tentarmos perceber algumas coisas que no filme não ficaram totalmente esclarecidas. Como por exemplo, o porquê do personagem Louis ter fugido de casa e de ter ficado 12 anos longe da família? O porquê ainda da sua família ser tão desequilibrada? O porquê de em algumas cenas falarem de uma casa antiga do passado, onde ninguém quer lá voltar a não ser o Louis? Aconteceu alguma coisa naquela casa? Alguma desgraça que talvez seja por isso que Louis se tenha ainda embora? Enfim! Foram perguntas que eu criei na minha cabeça, mas que depois não cheguei a ter respostas.
De todos os filmes do jovem realizador, este é sem dúvida aquele que tem um elenco mais forte, um elenco de peso, com grandes nomes não só do cinema francês, como do cinema em geral. Este filme é protagonizado pelo jovem Gaspard Ulliel e a juntar-se a ele, temos ainda o grande Vincent Cassel (por quem eu tenho um enorme fascínio) e a atriz Marion Cotillard que… meu Deus! Sou verdadeiramente apaixonado por esta mulher. Adoro-a! Ela é linda, é talentosa e faço questão de seguir todos os seus filmes. No entanto, apesar de também aqui, em “Tão Só O Fim do Mundo” ela ter tido uma interpretação excelente, tenho que confessar que a sua personagem me fez uma certa confusão. Os seus diálogos, cheios de reticencias, me fizeram ter um misto de ódio e carinho por aquela personagem, que à partida não dizia nada de importante, mas aparentemente era aquela que com um olhar, percebia o que ia dentro da alma de cada um dos personagens do filme. A finalizar o elenco em grande, tivemos ainda a atriz Nathalie Baye, que se junta ao grupo das muitas ‘mães’ maravilhosas criadas por Xavier Dolan e por fim, o filme contou ainda com a presença da jovem Léa Seydoux, que aqui, tem também uma excelente interpretação.
Apesar de a meu ver este filme não ser tão forte como os anteriores filmes do realizador, aqui está na mesma uma ótima sugestão de cinema em casa. Este filme já passou pelos canais TV Cine, mas (felizmente) ao contrário de muitos outros filmes aqui sugeridos por mim, facilmente encontras o DVD deste filme nas lojas especializadas.