Experiências gastronómicas: Tofu
Já há algum tempo que não passava por aqui, para partilhar com vocês os meus dotes culinários, mas hoje resolvi fazê-lo. Hoje arregacei as mangas, coloquei o meu avental e fui parar à cozinha, para dar asas a uma nova aventura gastronómica. E apesar da receita que resolvi fazer ser algo super, mas mesmo super simples, volto a salientar que foi mesmo uma aventura fazer este maravilhoso Alho-francês com Natas. Ou melhor, o resultado desta receita podia mesmo chamar-se Alho-francês com Natas mas em vez disso, opto por dar-lhe o nome de TOFU COM NATAS.
Acho que já aqui mencionei várias vezes que eu não me importava nada de ser vegetariano. Se conseguisse, e talvez se tivesse realmente força de vontade, eu gostaria de abdicar de tudo o que é de origem animal e passar a ser vegetariano. Mas esse é um processo um pouco complicado. Adoro hambúrguer e apesar de já ter ouvido falar que é possível fazer hambúrguer vegetariano e que são uma verdadeira delícia, a verdade é que ainda me sinto agarrado à carne. Por agora sinto que não consigo abdicar de vez da carne, mas tento a todo o custo ter uma alimentação mais saudável e volta e meia, arrisco em aventurar-me nas receitas vegetarianas e saudáveis. E a receita que fiz hoje é isso mesmo: vegetariana e saudável! Bem! Para falar a verdade não é propriamente vegetariana, pois em vez de natas de origem vegetal, eu comprei um pacote de natas normais (de origem animal), pois era a metade do preço. E depois, para fazer o molho bechamel, usei também leite de origem animal. Por isso, não é propriamente 100% vegetariano, mas quem quiser seguir à regra essa receita e torna-la 100%, então é só trocar o leite e as natas por origem vegetal e aí sim, teremos um prato vegetariano.
E porquê dar-lhe o nome de Tofu com Natas em vez de Alho-francês com Natas? É simples! Mas primeiro deixem-me contar-vos uma história em relação ao Tofu. Até ao dia de hoje, sempre que me falavam em Tofu, eu revirava os olhos e dizia que não gostava nada daquilo. Sempre gostei de soja e muitas vezes substitui a carne pela soja. Também gosto muito de seitan e há umas empadas de seitan deliciosas que se vendem no Celeiro. Mas Tofu era coisa que não me agradava nem um pouco. Tive uma experiência má em relação ao Tofu há uns anos atrás e por isso, nunca quis arriscar novamente em comê-lo, apesar de muitos serem aquelas que me diziam que era delicioso. Bastava saber tempera-lo, cozinha-lo e o resultado seria opimo. Mas nunca fiquei convencido em relação a isso. E porquê? Ora cá vai então uma pequena história.
Há uns bons anos atrás, numa das minhas férias em Itália, numa altura em que eu estava a descobrir e a alimentar ainda mais a minha paixão pelo sushi, fui com a minha irmã a um restaurante que servia comida asiática. Para além do sushi, havia ainda muitos outros pratos que se encontram pelos restaurantes chineses e que basicamente eu já conhecia e gostava. Como aquilo tratava-se de buffet, era só escolher entre uma grande variedade de comida e servir-se à vontade. Pois bem! Juntamente com outros pratos, encontrei por lá uma taça que continha uns belos cubinhos brancos. Ingenuamente, sem saber o que realmente aquilo era, achei que se tratava de queijo. E eu sou fanático por queijo. Adoro! Amo! Como tudo o que é queijo e por isso, achei eu que se tratava de um queijo qualquer e mesmo à bruta, peguei num pratinho pequeno, enchi-o com esses supostos cubinhos de queijo e levei-os para a mesa. E quando tive a infeliz ideia de colocar o primeiro cubinho à boca, deixem-me dizer-vos que tive mesmo vontade de vomitar. Odiei aquilo. Não propriamente pelo sabor, pois ele não sabia a nada, mas mais por causa da sua textura. Achei aquilo nojento e claro, não tive mais coragem de voltar a comer os cubinhos. Deixei-o de lado e apesar da recomendação de que não devíamos desperdiçar comida, aquilo ia mesmo ser dispensado. Só mais tarde é que fiquei a saber que aqueles cubinhos era nada mais nada menos do que Tofu. Tofu no seu estado mais natural possível e desde então, depois dessa experiência, nunca mais quis voltar a repetir.
No entanto, há bem pouco tempo, ao trabalhar com uma colega que apesar de não ser vegetariana, aposta muito nesse tipo de comida, ela fez com que eu voltasse a ter curiosidade em relação ao Tofu. Sempre me disse que aquilo era uma delícia e que o importante era mesmo saber temperá-lo e cozinha-lo. Enfim, ela desafiou-me a experimentar e como eu gosto de desafios, num belo dia, lá resolvi comprar uma barra de Tofu. Não comprei daquele todo branco que me fazia ter más recordações. Preferi comprar um que se chama Tofu Primavera, que na sua composição, vem já com azeitonas, pimentos e cenoura. Assim a cru e com algum receio, provei um pouco e acabei por achar que até nem era assim tão mau. E por isso, enquanto fazia aquele que era suposto ser apenas um Alho-francês com Natas, lembrei-me já quase no final da preparação, de que ainda tinha o Tofu no frigorifico e resolvi concluir a receita acrescentando o Tofu. E foi uma boa ideia. Já só com o Alho-francês estava delicioso e acrescentando o Tofu, ficou igualmente delicioso.
E como este post já está demasiado longo, vou deixar para um próximo post a receita detalhada deste maravilhoso Tofu com Natas, para quem quiser aventurar-se na cozinha. O resultado final, tenho a certeza absoluta que te vai surpreender a ti e aos teus convidados. E caso não queiras adicionar o Tofu, segue na mesma a receita e basta depois ignorá-lo. E caso ainda sejas um tremendo carnívoro e nem sabes, nem nunca ouviste falar do Tofu, então sugiro-te a conhecer o que é, através do maravilhoso Wikipédia e desafio-vos a provarem…