I Do | +Filme
No que diz respeito ao cinema, é impressionante como às vezes às maiores surpresas vêm por parte daqueles filmes que nós nunca ouvimos falar. Por aqui em Portugal, os nossos canais de televisão insistem em passar sempre os mesmos filmes. A toda a hora só passam filmes que semanas antes já tinham sido exibidos umas quantas vezes e depois, tantos outros filmes que até mereciam o seu momento de destaque, acabam por ser esquecidos. E é pena! Bons filmes, pouco conhecidos por muitos, são verdadeiras pérolas que deveriam ter o seu momento para brilhar. Hoje deixo-vos aqui uma dessas sugestões. Um filme que nunca tínha ouvido falar, desconhecia por completo a sua história e nem mesmo tínha conhecimento do seu trailer. No entanto resolvi arriscar em vê-lo e fiz muito bem em dedicar cerca de hora e meia ao filme. “I DO” é assim que se chama a sugestão de hoje e o filme é uma excelente alternativa para quem deseja ver algo novo, algo fresco, algo que realmente irá conseguir tocar no nosso coração.
Apesar da história não ser propriamente nova, pois já outros filmes pegaram nessa mesma formula, a verdade é que o realizador Glenn Gaylord conseguiu contar-nos a história de uma maneira diferente. Deu ali um toque especial que fez com que o filme se tornasse também especial. Num misto de drama, romance e até alguma comédia, este filme conta a história de Jack Edwards (David W. Ross), um homem que após a morte do seu irmão, dedica a maior parte da sua vida à cunhada e a sobrinha Tara (Jessica Tyler Brown) que o ama de paixão. Ele é o tio gay da menina e os dois são inseparáveis. No entanto, apesar de já estar a viver nos Estados Unidos, Nova Iorque, há já muitos anos, Jack corre o risco de ser deportado para o Reino Unido, pois está a ter muita dificuldade em actualizar o seu visto de residência. Para resolver esta situação ele só encontra uma solução, casar-se. E a mulher que aceita casar-se com ele, é a sua melhor amiga Ali (Jamie-Lynn Sigler), lésbica assumida, que pelo amigo está disposta a tudo. Mas as coisas depois não correm como esperado. Sem que Jack estivesse à espera, surge na vida dele o espanhol Mano (Maurice Compte) e o amor bate-lhe à porta. E quando parecia que o seu visto de residência já estava garantido, as coisas começam a complicar-se. O casamento falso deixa de funcionar e Jack receia que tenha que sair da América e deixar para trás as pessoas que mais ama na vida.
O filme até nem chega a ser muito ambicioso mas como já aqui disse, apesar dessa história já ter sido contada em outros filmes, este “I Do” está na minha opinião, muito bem conseguido. Tirando a personagem do Mano, que parece estar muito forçada, todos os outros personagens estão fantásticos e o desempenho dos actores está também maravilhoso. Dou destaque à pequena Jessica Tyler Brown, que aqui interpreta a pequena Tara que tem dos momentos mais queridos de todo o filme. Apesar de pequena, ela demonstra uma maturidade que… só mesmo vendo o filme para compreender e eu por aqui, recomendo a 100%. Este é daqueles filmes que poderia muito bem ser apresentado numa sessão da tarde de fim-de-semana num dos nossos canais de TV mas… infelizmente filmes tão bons como esse não chegam até nós.