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Num só blog, está tudo aqui! O MORE tem desabafos/opiniões em relação a mim e ao que se passa à minha volta. Tem sugestões de cinema, televisão e não só. E tem mais, muito mais...

19
Out15

O que acontece quando grandes amigos recriam fotos do século passado?


 


Quando o homem (mesmo heterossexual) está ao lado do seu melhor amigo, às vezes comporta-se como se esse seu amigo fosse na verdade o seu namorado. E na hora de tirarem fotos juntos, a intimidade às vezes chega a ser tanta que quando alguém de fora vê essas fotos, vai achar que os dois são um casal de namorados. E isso acontece tantas vezes! Basta olhar para as fotos de alguns homens famosos, como por exemplo fotos do Cristiano Ronaldo ao lado dos seus amigos. Mas enfim! Não estou aqui para falar dessas fotos, estou sim para convidar-vos a verem um vídeo produzido pelo BuzzFeed e que fala disso mesmo, da (estranha) intimidade demonstrada em fotos entre amigos. O BuzzFeed resolveu pegar em algumas fotos antigas e convidou jovens amigos a recriarem essas mesmas fotos. O resultado foi algo como isso:


 





 


Como vêem, que vê de fora, pensa que na verdade o que está ali na foto, são dois namorados a brincar e a trocar algumas intimidades mas... Vejam o vídeo e depois tirem vocês as vossas próprias conclusões.


 



 


(Eu já tirei a minha. Na hora de foto com o best friend, todo o homem vira uma bixa q.b.)

16
Out15

1+1=1 (Parte 4)

Parte_4


 


Já recomposto da confusão que tinha sido aquele banho. Artur já vestido e cheiroso, preparava-se agora para sair de casa. Da dispensa tinha tinha apanhado alguns sacos para ir às compras e voltando à cozinha, pegou numa lista de compras que tinha feito. Depois, guardou o telemóvel no bolso, juntamente com as chaves do carro e saiu de casa.


 


Quando já na entrada do prédio, trancava a porta da sua casa, o seu vizinho do lado também saiu na companhia do seu cãozinho. Um cão que não ia com a cara de Artur, mas o sentimento era mutuo. Como não podia deixar de ser, o cão ladrou e ladrou sem parar quando Artur cumprimentou o vizinho. E o senhor, que era sempre muito simpático com Artur e até mesmo com a Mónica, apenas disse o seguinte:


 


— A noite de ontem foi longa!


 


— Desculpa!? — disse Artur confuso com aquela afirmação. O primeiro pensamento que lhe veio à cabeça, foi a do vizinho a espiar pelo buraquinho da porta, e a ver tudo o que se tinha passado ontem à sua porta. — O que foi que disse?


 


— Disse-lhe que a noite de ontem, parece que foi a mais longa e quente deste ano. — disse o senhor pegando no cachorrinho ao colo para ver se ele se calava. — Não sentiu?!


 


— Ah! Sim! Senti. — disse Artur aliviado por o vizinho estar apenas a falar do calor insuportável que tinha estado na noite anterior.


 


— E dizem que esta noite vai ser a mesma coisa. — continuou o senhor.


 


— Pois! Parece que o verão chegou mesmo para matar. — disse Artur. — Eu vou descendo.


 


— Vai! Não precisa esperar por mim.


 


O seu vizinho já era um senhor de uma certa idade. Já era viúvo desde há alguns anos e agora, tinha arranjado um cãozinho para lhe fazer companhia. Ele até era muito simpático mas andava muito lento. Por isso é que Artur quis seguir logo em frente. Como o prédio estava sem elevador, se Artur acompanhasse o senhor através das escadas, para assim conversarem mais um pouco, coisa que era frequente quando se encontravam no elevador, os dois iriam demorar uma eternidade até chegar lá baixo. Por isso, num passo mais largo, Artur desceu as escadas e quando finalmente chegou ao fim, pensou no sacrifício que iria ser, ter que subir depois aquelas escadas todas com os sacos de compras cheios. Bem! Na verdade ele não fazia questão de comprar muitas coisas. Os sacos não iriam ficar muito pesados mas Artur odiava subir as escadas. E isso fez com que ele deixasse uma nota mental na sua cabeça, dizendo que mais tarde, teria que reclamar com o administrador do prédio, por ainda não ter arranjado maneira de contactar alguém para arranjar o maldito elevador.


 


No carro, a caminho do supermercado, Artur foi ouvindo as noticias. Ouviu realmente aquilo que o seu vizinho já havia dito. De que esta noite as temperaturas iriam continuar a ser muito altas. E essa noticia, com mais a lembrança de ontem ter rebolado e rebolado na cama a morrer de calor, lá o convenceram de que era desta que ele iria comprar uma ventoinha. Ele não queria fazer hoje despesas extras mas a ventoinha já se estava a tornar um utensílio obrigatório para ter em casa. Por isso, ia procurar nem que fosse a ventoinha mais barata mas esta noite, ele não iria passar pelo mesmo martírio da noite anterior.


 


Quando já estava próximo do supermercado onde ele ia com mais frequência, devido aos preços baixos, Artur reparou que estava mesmo a passar pela escola de Miguel. Olhou depois as horas no seu carro e viu que faltavam poucos minutos para o exame terminar. E ao verificar tudo isso, o primeiro pensamento dele foi parar ali o carro e ficar para ver se Miguel tinha ido fazer o exame. Com esse pensamento na cabeça, a vontade dele foi mesmo pisar fundo no acelerador e ir-se embora dali de uma vez por todas mas não, o pensamento de parar falou mais alto. Tudo o que ele mais queria naquele momento, era evitar o Miguel. Evitar a sua presença e evitar ainda terem que falar daquele assunto que ficou por falar na noite anterior. Artur sabia que lhe tinha prometido que iriam depois falar sobre aquele beijo roubado, sobre os sentimentos que Miguel dizia ter por ele, mas que Artur sabia que era apenas coisa de criança. Artur sabia que mais cedo ou mais tarde, iria ter aquela conversa com Miguel mas ele ainda não estava preparado para isso. Preferia nunca mais ter que conversar sobre isso. Mas se por um lado, ele naquele momento queria evitá-lo, uma parte do pensamento de Artur dizia que não havia mal nenhum ele parar e ver se o Miguel tinha ido ou não fazer o exame. Afinal de contas, os dois tinham trabalhado imenso para que o jovem fosse e tivesse positiva no exame de matemática. Artur nem sequer queria imaginar, que por causa daquele drama da noite anterior, Miguel optasse por não ir ao exame. Optasse por ficar em casa deitado e quem sabe a chorar. A sofrer por um amor não correspondido. Se isso realmente fosse assim, Artur iria sentir-se pessimamente mal. Por isso, quando viu um lugar vago para estacionar, bem junto à escola, Artur estacionou o carro e desligou o motor. Uma vez mais veio o pensamento de que era um erro o que ele estava ali a fazer mas não, ele tinha mesmo que confirmar se o Miguel tinha ido e se tudo tinha corrido bem.


 


Dentro do carro e mesmo com a janela aberta, Artur sentiu calor e por isso, optou por sair dele. Foi encostar-se ao seu carro e quando ouviu o toque da campainha tocar, começou a ver uns primeiros alunos a sair. Alguns deles saiam com um olhar triste. Com um olhar de que as coisas tinham corrido mal e que por isso, teriam que voltar a estudar para a segunda fase. Havia também quem saísse pelo portão da escola com um ar de satisfação e outros até aos pulos e eufóricos. Artur só não percebeu se esses super animados estavam assim porque o exame tinha corrido bem, ou se era apenas porque aquele era o primeiro dia de férias que estava agora a começar. Foram muitos os alunos a saírem da escola mas por entre tantos jovens, Artur não conseguiu avistar Miguel e aos poucos, eram cada vez menos os alunos que saiam. Artur começou a ficar convencido de que o filme que tinha feito na cabeça, era afinal real. Como não o viu a sair da escola, ele achou que Miguel tinha desistido de tudo. Tinha ficado em casa a chorar, a desesperar e a achar que aquele era o fim do mundo. Artur sempre achou que Miguel não tinha perfil para desistir facilmente das coisas mas Artur também nunca imaginou ver Miguel no estado em que estava ontem. A chorar e a soluçar como uma criança. Uma criança perdida, indefesa e que tudo o que mais queria era um abraço.


 


Houve mais uns quantos alunos que saíram muito tempo depois mas nada do Miguel. Naquele momento, Artur arrependeu-se por na noite anterior, não ter dado a atenção necessária a Miguel. Arrependeu-se de não ter falado com ele, de não o ter levado a casa. Enfim! Artur nunca iria se perdoar se Miguel tivesse realmente desistido de tudo mas isso era o que parecia. E já farto de esperar, Artur optou por voltar para dentro do carro. Sabia que não iria encontrar Miguel à saída daquela escola mas... afinal ele estava enganado. Quando estava para entrar no carro, Artur avistou Miguel lá ao longe a sair de um dos pavilhões da escola. Estava acompanhado por uma bela moça. Uma rapariga mesmo muito gira, de cabelo comprido e liso. Uma ruiva de pele clara, alta e magra mas era uma magreza que lhe ficava muito bem. Tinha no corpo, uns calções de ganga curtíssimos e um top que ia até ao umbigo. Pela beleza e pela proximidade dos dois, Artur concluiu de imediato que aquela, só podia ser a rapariga que muitas vezes acompanhava Miguel ao cabeleireiro da Mónica. Rapariga essa que a Mónica estava convencida ser namorada de Miguel. E talvez, quem os visse agora ali, ao longe, bem juntinhos e até de mãos dadas, fosse de imediato concluir que os dois eram um casal de namorados. Um casal muito bonito por sinal, pois os dois combinavam muito bem um com o outro. Mas não! Artur agora tinha a certeza que aquela não era a sua namorada. Miguel era gay e Artur já tinha a certeza absoluta em relação a isso mas de qualquer forma... havia ali qualquer coisa de estranho. O modo como os dois andavam, balançavam de mãos dadas, sempre a olharem um para o outro com uma enorme cumplicidade. Ao ver aquela cena, até Artur ficou confuso. Mas ele não quis dar importância a essa confusão. O seu objectivo já havia sido comprido. Artur já tinha a confirmação de que Miguel tinha ido fazer o exame e pela alegria dos dois, era sinal de que as coisas tinham corrido bem para ambos. Por isso, não havia ali mais nada a fazer. Estava na hora de ir embora mas quando Artur estava para entrar no carro, o seu olhar cruzou-se com o de Miguel e nesse instante, ele não foi capaz de entrar no carro e ir embora a correr. Isso iria ser muito estranho. Iria dar a sensação de que ele estava ali apenas a espiá-lo. E por isso, quando já à saída do portão da escola, Miguel o viu e sorriu para ele, Artur acenou-lhe a mão e foi encostar-se novamente ao carro. Naquele instante e devido à distância, Artur não conseguiu perceber o que Miguel e a rapariga falaram, mas da forma como ambos olharam apara ele, deram-lhe a sensação de que os dois estavam a falar de si e isso deixou-lhe bastante desconfortável. Por momentos, sentiu que os dois estavam a rir-se dele e quando sentiu isso, só teve vontade de ir embora mas lá continuou. Os dois ainda falaram mais algumas coisas mas depois, com um beijo na boca, os dois jovens se despediram-se e foi cada um para o seu lado. A rapariga seguiu em frente no sentido contrário e Miguel aproximou-se de Artur, que ainda estava confuso com aquilo que tinha acabado de ver, Miguel a beijar na boca a sua colega.


 


— Olá! — disse Miguel parando mesmo em frente de Artur que respondeu logo de seguida.


 


— Olá!


 


— Vieste confirmar se eu vinha mesmo fazer o exame? — perguntou ele, deixando com que Artur fica-se um pouco sem palavras.


 


— Não! Eu... Eu estava aqui de passagem e ao ver-te, achei por bem parar para saber se tinha corrido bem.


 


— Sei! — disse Miguel com ar de quem não estava acreditar na sua palavra.


 


— E então? — continuou Artur. — Como é que correu?


 


Por momentos Miguel nada lhe disse. Quis criar ali um momento de suspanse pois conseguiu perceber que Artur estava mesmo curioso em saber como tinha corrido. Mas depois não resistiu. Com um sorriso rasgado no rosto, lá acabou por dizer.


 


— Correu muito bem. E graças a si.


 


— Não! — interrompeu Artur. — Tudo isso graças a ti que és um miúdo inteligente.


 


— Eu não sou nenhum miúdo! — disse de imediato Miguel ao ouvir as palavras de Artur e com um ar bastante sério. Com toda aquela frontalidade, Artur já nem soube o que dizer. Percebeu de imediato que o assunto que ele não queria de forma alguma ter com Miguel, iria saltar à baila. Mas não! Por momentos ficaram ambos em silêncio e Miguel não aprofundou ainda mais a sua afirmação o que por momentos, deixou Artur aliviado. Mas Artur sabia que mais cedo ou mais tarde, eles iriam mesmo ter aquela conversa. Para já, Miguel limitou-se apenas a perguntar, já com o sorriso novamente no rosto. — Já que estavas por aqui de passagem, ias para onde, posso saber?


 


— Eu ia ali ao supermercado. Vou  ter que fazer umas compras.


 


— Óptimo! — disse Miguel. — Eu também vou ter que passar por lá para comprar umas coisas. Vamos?!


 


E sem que Artur estivesse à espera, Miguel entrou de imediato no carro, no lugar do pendura, deixando Artur de boca aberta e sem saber o que fazer.


 


— E então?! Não vamos? — disse Miguel ao ver a demora de Artur em entrar no carro. E quando Miguel já estava para fechar a sua porta, Artur agarrou nela dizendo:


 


— Eu acho que é melhor...


 


— Calma! — disse Miguel interrompendo-o. — Eu não te vou morder. Só estou a pedir uma boleia até ao supermercado, pode ser?


 


Artur ainda não estava convencido. A ideia de estar num espaço tão pequeno, com um jovem que lhe tinha roubado um beijo na noite anterior, não lhe agradava nem um pouco. Mas Miguel já estava bem acomodado no seu banco. Não havia agora maneira de o tirar de lá e por isso, Artur limitou-se apenas a fechar a porta do carro e a entrar logo de seguida no seu lugar.


 


A distancia entre a escola e o supermercado era curta, muito curta. Não dava para ter qualquer conversa e realmente os dois não tiveram. Durante a curta viagem, limitaram-se a estarem calados. E enquanto que Artur esteve sempre com um olho na estrada e outro em Miguel, para já estar preparado caso o jovem tentasse algo contra si, Miguel estava ali, mas era como se não estivesse. Durante todo o tempo olhou apenas pela janela. Em momento algum virou a sua cabeça, o seu olhar para ir de encontro ao olho de Artur que não parava de o espiar. Artur ficou aliviado por saber que Miguel não estava ali sempre a olhar para ele, com aquele mesmo olhar aterrador da noite anterior mas houve ali qualquer coisa que deixou Artur bastante incomodado. Por momentos Artur achou que Miguel estava ali a ignorá-lo por completo. E tal como qualquer pessoa, Artur também não gostava nada de ser ignorado.


 


Quando chegaram à rua do supermercado, havia muitos lugares disponíveis para estacionar mas em vez de Artur fazer isso, ele limitou-se a encostar o carro na berma da estrada e a ligar os 4 piscas do carro. E só nesse momento em que os seus olhares se cruzaram. Achando estranho o facto de não estacionar, Miguel perguntou-lhe:


 


— E então? Não vais estacionar?


 


— Eu... — começou por dizer Artur, um pouco confuso. — Vai tu! Eu depois passo mais tarde por aqui para fazer as minhas compras.


 


— Como assim? Não estou a perceber! — disse Miguel ainda mais confuso. — Porque não vens agora que cá estamos?


 


— É que...


 


Artur tentou arranjar uma explicação para não sair com ele e irem juntos ao supermercado mas a verdade é que ela não tinha uma explicação lógica. Ele já estava ali à porta do supermercado. Era só sair do carro, fazer as compras e voltar para ir para casa mas havia ali qualquer coisa que o impedia de fazer isso e ele não soube explicar. Mas Miguel lá acabou por perceber tudo.


 


— Ah! — disse Miguel — Já estou a ver! Tu tens vergonha de estar comigo é isso?


 


— Não! Claro que não! — disse Artur parecendo surpreso com a questão de Miguel.


 


— Tu tens medo de estar ao meu lado? — continuou Miguel.


 


— Não! Não sejas parvo! Não é nada disso é que...


 


E mais uma vez Artur não conseguiu explicar o porque de um momento para o outro desistir de ir fazer compras. Será que apesar de negar, a companhia de Miguel deixava-o um pouco perturbado? Seja lá o que fosse, depois de ver o olhar reprovador de Miguel, Artur lá decidiu estacionar o carro no primeiro lugar vago que encontrou. E sem dizer mais nada, desligou o motor, pegou nas chaves o nos sacos que estavam no banco de trás e quando estava para abrir a porta, Miguel disse o seguinte:


 


— Tu não precisas ter medo de mim.


 


— Não é isso! — disse Artur sem conseguir olhar para Miguel e pronto a abrir a porta. Mas Miguel continuou.


 


— Ouve?! Se tu não quiseres, aquilo que aconteceu ontem nunca mais vai voltar a acontecer.


 


E sem dizer mais nada, Miguel foi o primeiro a abrir a porta e a sair do carro. E Artur ainda mais confuso olhou para ele a aproximar-se da entrada do supermercado. E talvez, com aquela ultima afirmação do jovem, Artur pudesse achar que podia estar mais aliviado em relação às intenções do jovem ladrão de beijos mas não, houve qualquer coisa na sua afirmação que o deixou ainda mais confuso. E sim! Deixou-o com medo. Aquele “Se tu não quiseres” deixou-lhe a pensar e naquele curto espaço de tempo ele chegou a uma terrível conclusão. Mesmo sem querer, Artur já estava a dar esperança àquele jovem apaixonado, de que algo entre eles poderia acontecer. E pior! Naquele momento o Miguel já estava convencido de que se houvesse um novo beijo entre eles, esse beijo ia partir do Artur. Por isso aquele “Se tu não quiseres”. Miguel apenas estava a pedir a Artur para ter calma, para ficar descansado pois ele não lhe iria roubar mais nenhum beijo. Não iria fazer isso pois já sabia que um dia era Artur quem iria querer beijá-lo e Miguel era paciente. Ia saber esperar o tempo que fosse. E com essa horrível conclusão na cabeça, Artur só pensou em ligar novamente o motor do carro e zarpar dali para fora. Mas depois lembrou-se que ele era um adulto. Se havia ali uma criança a ter direito a atitudes menos correctas era o Miguel e não ele. Por isso não havia o que fugir. Não havia o que ter medo. Artur era adulto e sabia muito bem aquilo que queria e o que não queria. E naquele momento, se havia ali certeza bem vincada na sua cabeça, era a certeza de que nada mas mesmo nada iria acontecer entre eles. Por isso não havia o que recear. Artur saiu do carro e seguiu em direcção a Miguel. Ou melhor! Seguiu em direcção à entrada do supermercado, que era onde Miguel já o aguardava.


 


Mesmo sabendo que não iria comprar muitas coisas, Artur em vez de um cesto de compras, optou por um carrinho. E depois, seguindo a ordem que tinha na sua lista de compras, foi colocando um a um dos artigos no carrinho. Miguel apenas o seguia por entre os corredores do supermercado que àquela hora, tinha umas duas pessoas a fazerem o mesmo que eles. Se bem que Miguel nada estava a pegar para levar. Apenas acompanhava e de vez em quando, era mesmo ele quem comandava o carrinho de compras de Artur.


 


Os dois ainda ficaram um bom tempo a andar pelos corredores mas durante todo esse tempo, nada disseram um ao outro. Estavam ali juntos a fazerem compras mas era como se não estivessem. Havia ali um profundo silencio entre eles que com certeza, devia incomodar a ambos mas nenhum quis dar a primeira palavra. Artur limitou-se a pegar apenas nas coisas que tinha na lista e quando já tinha chegado ao fim é que lembrou-se talvez do mais essencial, a ventoinha. Ele sabia que aquele supermercado vendia umas ventoinhas baratas mas quando andou à procura delas, não as via em lado nenhum. Perguntou a uma funcionária que se cruzava com eles mas ela lá deu-lhe a triste notícia de que o artigo estava esgotado. Parece que não era dessa que Artur teria um ar fresco no seu quarto durante a noite.


 


Já com tudo no carrinho, os dois dirigiram-se até à caixa e só mesmo nessa altura é que Artur percebeu que Miguel não tinha pegado em nada. E também só nessa altura é que voltaram a falar.


 


— Mas não vais levar nada?


 


— É que eu me esqueci do que tinha para comprar. — disse Miguel. — Para a próxima já sei. Faço uma listinha como o senhor Artur.


 


— Para de me chamar de senhor. — disse Artur colocando as primeiras compras no tapete da caixa. E no momento em que Miguel começou a ajudá-lo a colocar os artigos no tapete, as suas mãos se tocaram e quando o olhar de ambos ia novamente se cruzar, aquele momento foi interrompido com a fala do operador da caixa.


 


— Bom dia! — disse ele. — Têm cartão cliente?


 


— Sim! Tenho! — disse Artur olhando para o jovem e pegando depois na sua carteira do bolso. E enquanto procurava pelo cartão, Artur percebeu um clima estranho por ali. Por momentos, Artur achou que Miguel deixou de sentir a sua presença pois agora, Miguel só tinha mesmo olhos para o jovem operador de caixa. Um jovem simpático, bonito, que já tinha atendido várias vezes o Artur. Um jovem com os seus 20 anos que não ficou nada intimidado com o olhar intenso de Miguel, muito pelo contrário. Enquanto passava os artigos pelo leitor, o jovem trocava olhares com Miguel. De vez em quando olhava também para Artur, mas rapidamente o seu olhar e o seu sorriso voltavam para Miguel que não parava de olhar para o jovem. E mais! Para além de olhar, com aquele estranho olhar guloso, de vez em quando Miguel passava a língua pelos seus lábios. Sem dúvida alguma, havia ali qualquer coisa entre aqueles dois jovens à flor da pele e pela segunda vez em pouco tempo, Artur sentiu-se ignorado. E mais uma vez ele não gostou de sentir-se assim.


 


No final das contas, Artur pagou o que devia e o operador de caixa despediu-se deles com um:


 


— Volta sempre!


 


E Artur percebeu de imediato que aquele “volta sempre” não era para ele. Era sim para o Miguel, que com um sorriso de orelha a orelha, despediu-se do jovem apenas com o olhar.


 


Com a ajuda de Miguel, Artur levou os sacos das compras para o carro e foi só nesse momento, quando ambos já estavam junto ao carro, é que Artur sentiu que voltou a existir para Miguel.


 


— Eu não quero abusar mas será que podes dar-me boleia até casa? — perguntou Miguel. — Eu moro aqui perto. O desvio não vai ser grande.


 


Mas Artur nem lhe disse que sim, nem mesmo um não, limitou-se a ficar calado e a arrumar as compras no carro. Por isso Miguel acabou por concluir que ele não se importava de dar-lhe boleia. E quando as compras já estavam todas no carro e ambos entraram nele, é que Miguel lembrou-se.


 


— É isso! — disse ele. — Já sei o que tinha para comprar. Podes esperar aqui por mim só por um segundo, para eu ir até a loja buscar.


 


Artur fez-lhe cara feia mas mais uma vez não respondeu.


 


— Eu prometo ir num pé e voltar noutro.


 


E Miguel saiu do carro. Mas antes de correr novamente para a entrada da loja, ele através da janela do carro disse:


 


— Vais esperar por mim, não vais?


 


— Vai lá! — disse Artur já chateado. — E não te demores.


 


E Miguel foi, deixando Artur sozinho ali no carro. Sozinho e a pensar com os seus botões. Porque razão ele haveria de esperar por Miguel? Porque teria ele que dar-lhe boleia até casa? Essas foram apenas algumas perguntas que surgiram na sua cabeça. Artur estava um pouco chateado. Chateado porque detestava que lhe mentissem. E claramente, o Miguel não tinha parado de fazer outra coisa se não mentir. Mentiu quando ofereceu-se para acompanhar até à loja a dizer que também tinha compras para fazer e agora, Artur tinha a certeza absoluta de que Miguel tinha voltado a mentir. Para Artur, ele não tinha voltado àquela loja para comprar seja lá o que fosse. O único motivo para ele ter voltado, seria apenas para poder continuar a flertar com o jovem da caixa. Com certeza iriam trocar números de telemóveis e isso era algo que Artur não estava a gostar nada. Não que ele fosse contra o facto de os dois andaram a namoriscar e a trocarem números de telemóvel. O que ele não gostava era de mentiras e ele sabia que Miguel tinha mentido. E agora estava frustrado porque tinha dado a entender de que sim, iria esperar por ele para o levar a casa e por isso, não tinha agora coragem de ir embora sozinho. Mas afinal Artur estava enganado. Miguel não tinha mentido.


 


Pouco tempo depois, Miguel voltou a entrar no carro e consigo, trazia um saco com qualquer coisa que Artur não conseguiu perceber o que. Mas seja lá o que fosse, Miguel tinha mesmo comprado algo e isso, fazia com que Artur se sentisse mal por duvidar da palavra do jovem.


 


— Podemos ir? — perguntou Miguel e Artur ligou o carro para partirem.


 


Passado um tempo, os dois já estavam à porta do prédio de Miguel. Um prédio alto, bonito e só para gente que tinha muito dinheiro.


 


— Obrigado pelo boleia.


 


— De nada! — disse Artur à espera que Miguel saísse do carro mas não. Miguel lá ficou. Era como se estivesse à espera de algo e Artur apercebeu-se disso. Mais uma vez Artur sentiu que aquele ia ser o momento em que inevitavelmente, teriam que falar sobre o que tinha acontecido ontem. E talvez Miguel não dizia nada naquele momento porque estivesse à espera que Artur desse o primeiro passo. E de facto até deu. Com muito custo, Artur quis conversar sobre o assunto apenas para dar um ponto final nesse tema. Um ponto final nesse clima constrangedor. Os dois já se conheciam há seis meses, mas agora era como se não se conhecessem e isso era estranho. Muito estranho. Por isso, de forma a quebrar com aquele silêncio, Artur disse o seguinte: — Eu sei que ontem prometi que falaria contigo sobre o que aconteceu ontem e... eu não estou a fugir do assunto só que...


 


— Eu hoje faço anos! — disse Miguel assim de repente.


 


— Tu fazes o que? — perguntou Artur confuso.


 


— Hoje é o meu aniversário.


 


— A sério?


 


— Sim! Eu faço 18 anos.


 


Dezoito anos, pensou Artur. Afinal, aquele miúdo que estava ali ao seu lado já não era assim tão miúdo. Já tinha 18 anos. E como aquela revelação tinha-lhe apanhado de surpresa, Artur ficou sem saber o que dizer. Miguel é que continuou o seu discurso.


 


— Eu não vou fazer nenhuma festinha mas combinei com uns amigos um jantarzinho naquele restaurante japonês ao pé do trabalho da Mónica. Vai ser só eu e mais três amigos mas eu gostaria muito que fosses.


 


— Eu?! — disse Artur surpreso. — Eu agradeço pelo convite mas eu acho que...


 


— Vai ser só um jantar! E eu sei que o Artur gosta de sushi.


 


— Sim! Eu gosto! — confirmou Artur e agora, mesmo ele detestando mentiras, era ele quem estava prestes a dizer uma. — É que eu já tenho outros planos para esta noite.


 


— Não faz mal! — disse Miguel e Artur ficou aliviado por ele não insistir. Mas depois do alivio, veio novamente a surpresa quando Miguel continuou a falar. — Depois desses outros planos, passa lá pelo restaurante. Nós vamos estar por lá. As vinte e uma trinta, pode ser?


 


E antes que Artur desse uma resposta, Miguel saiu do carro e foi a correr para dentro do prédio. Por momentos Artur ainda lá permaneceu-se parado. Arrependeu-se de não ter deixado bem claro de que não podia ir a esse jantar. Ou melhor, a questão não era o poder ir, era sim a vontade de ir. Apesar de já ter 18 anos e de se tornar um homenzinho, Artur não achava correcto essa aproximação. Afinal de contas ele era como se fosse um professor para o Miguel. E não era correcto um professor ir a um jantar de um aluno. Artur ainda pensou, mesmo ali, em escrever-lhe uma mensagem a dizer que não ia dar para ir mas mudou de ideias. Preferiu ir-se embora e esquecer o assunto.


 


CONTINUA...


 


16
Out15

As mulheres são mesmo um bixo muito complicado

Eu não tenho nada contra as mulheres. Muito pelo contrário! E até confesso que em certos aspectos eu admiro-as imenso. No entanto, apesar dessa admiração eu não posso negar. As mulheres são mesmo umas cobras, umas macacas, são mesmo um bicho muito complicado e trabalhar com elas... meu Deus!! É difícil conviver com elas todos os dias no trabalho.

Para ser sincero, sempre preferi trabalhar tendo como chefe uma mulher. Agora no que diz respeito a colegas, quando as mulheres são muitas a coisa complica-se. E no trabalho onde estou actualmente a coisa tem andado complicada. É que são tantas mulheres juntas e depois a 'A' não fala com a 'B'. A 'B' não fala com a 'C'. A 'C' não fala com a 'A' nem com a 'B' e por aí a fora até ao final do abecedário. E depois elas passam a vida a falar mal de toda a gente. A arranjar intrigas a cuscuvilhar a vida alheia, enfim... trabalhar com elas é só dor de cabeça. Com os homens é muito mais fácil. Ou às vezes não mas isso é outra história.

O curioso nisso tudo é que seja em que trabalho for, as mulheres são sempre as mais difíceis. Haja paciência!

16
Out15

Paixões da TV (02) | Justin Theroux

Justin Theroux 00


 


Outra das minhas grandes Paixões da TV é o actor JUSTIN THEROUX. Estou realmente apaixonado por ele e confesso que tenho um certo ódio da actriz Jennifer Aniston, por ter conseguido pescar um homão desses. Só a mim é que não me cai aos braços, um homem como este Justin. E apesar desta ser uma paixão recente, a verdade é que ele talvez está no topo das minhas Paixões da TV. Mas digam lá e com toda a sinceridade, quem é que não se apaixonou logo de imediato, quando o viu pela primeira vez nas cenas iniciais da série "The Leftovers"? Sim! Naquelas cenas onde o homem corria e apesar de estar completamente vestido, dava para ver tudo... ou pelo menos a nossa imaginação fazia com que víssemos tudo. Era como se tivéssemos o poder do raio-x e víssemos o que estava escondido por detrás daquelas calças de treino. Eu confesso! Logo naquela cena (que eu mostro as imagens abaixo) eu fiquei logo de queixo caído pelo Justin.


 


Justin Theroux 01


Justin Theroux 02


Justin Theroux


 


Actualmente a série "The Leftovers" da HBO, está já na sua segunda temporada. A série estreou à bem pouco tempo e todas as semanas, na madrugada de domingo para segunda, um novo episódio passa pelo TVSéries e claro, eu tenho andado a gravar todos os episódios, pois faço questão de não perder nenhum episódio e de estar sempre atento ao Justin Theroux que... é mesmo lindo não é?? O homem tem aquele ar de bad boy mas por outro lado, na série ele às vezes mostra também o lado mais sensível, com cara de menino abandonado e a precisar de um abraço, um colinho. Aiiii se este homem me aparecesse à frente, eu nem sabia o que fazia. Ou melhor! Talvez até sabia mas o melhor é nem pronunciar por aqui, tudo aquilo que eu fazia com ele. Para já, convido-vos a fazerem o mesmo que eu e a darem um olhinho nas fotos abaixo.


 


Justin Theroux 04


Justin Theroux 05


Justin Theroux 06


Justin Theroux 07


HBO/Warner Bros


Justin Theroux 10


Justin Theroux 11


 


E se depois dessa sessão de fotos maravilhosas eu tivesse que pontuar o Justin, numa escala de 0 a 10 em que 0 é "eu não gosto nada dele" e 10 é "EU ADORO!", acho que da minha boca, a pontuação que sairia para este belo pedaço de homem, seria um generoso 9. E vocês?! Que pontuação dariam??


 


E antes de ir, olhem ele aqui novamente:


 


Justin Theroux 12


 

13
Out15

Será que eu descobri o segredo para a eterna juventude?

No trabalho, hoje uma colega perguntou-me se este era o meu primeiro trabalho. Eu achei estranho a pergunta mas de imediato respondi que já trabalho desde os meus 17 anos, o que é verdade! Ao que ela pergunta logo de seguida: "Mas quantos anos tens?" E eu já a perceber o porque dessa questão, respondi-lhe com outra pergunta: "Mas quantos anos é que tu me dás?"

Eu já aqui disse várias vezes que tenho 34 anos e que apesar de ainda ser jovem, já me sinto velho. No entanto, já não é a primeira vez que um colega de trabalho me ache bem mais novo do que aquilo que realmente sou. Aliás, tenho a sensação de que todos os meus colegas pensam que eu devo ter entre uns 18, 20 anos. Pois isso foi o que a colega respondeu quando eu perguntei-lhe quantos anos é que ela me dava. Ficou surpreendida por eu já ser um homem de 34 anos, dizendo que eu pareço bem mais novo. Ao que uma outra colega disse logo de imediato: "Podera! O homem não bebe, não fuma, nao fode. Por isso é que mantém esse ar tão jovem." Não sei se o tal comentário chegou a ser um elogio ou se foi um insulto. A verdade é que não gostei muito de ouvir aquilo. No entanto, a colega que o disse, não chegou a dizer nenhuma mentira. Não sei se esse é o segredo para o meu ar tão jovem, mas a verdade é que eu não bebo, não fumo e infelizmente o sexo é tambem uma coisa rara na minha vida. Enfim! Apesar de manter um look com a barba de três dias por fazer, a verdade é que mesmo assim as pessoas pensam que eu sou uma criança. Porque será?

13
Out15

Paixões da TV (01) | Benjamin McKenzie

Benjamin Mckenzie 00


 


Hoje dou inicio a uma nova secção no blog que terá como principal objectivo, dar destaque a um dos actores da televisão, por quem o meu coração bate e bate fortemente. Já aqui disse que eu me apaixono muito facilmente e por isso, todas as semanas tentarei dar-vos a conhecer alguns dos actores de séries ou novelas, por quem eu estou perdidamente apaixonado. Sem receios, vou começar por dizer-vos quem são as minhas PAIXÕES DA TV e o primeiro protagonista desta nova secção, é nada mais nada menos, do que o protagonista da série "Gotham" (que eu adoro!) e que se chama BENJAMIN MCKENZIE .


 


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Sempre que o meu olhar fixa-se neste belo exemplar de homem, eu fico completamente rendido. Para mim, este homem que já tem 37 anos, é lindo de morrer e se eu tivesse a oportunidade de estar bem juntinho a ele, eu não sei se iria conseguir resistir. Teria que abraça-lo e com certeza, teria que beijar aquele lindo rosto que ele tem. E talvez até confessaria que já estou apaixonado por ele desde 2003. Ou seja, essa paixão já vem de longe. Sim! Desde os tempo da série "The O.C.", em que logo no primeiro olhar, eu apaixonei-me por aquele jovem rebelde. O tempo passou, ele cresceu, tornou-se num verdadeiro homem e agora, na série "Gotham", ele brilha todas as semanas e faz o meu coração bater e passar noites e noites a sonhar com ele. A série passa pela FOX todas as terças à noite e claro, como não podia deixar de ser, eu não perco nenhum único episódio e... vou agora concentrar-me em ver mais algumas fotos do actor e sugiro que façam o mesmo.


 


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(no papel de Ryan Atwood da série "The O.C.")


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(como James Gordon na série "Gotham")


 


E se por acaso eu tivesse que pontuar este homem, numa escala de 0 a 10, em que 0 é "eu não gosto nada dele" e 10 é "EU ADORO!", acho que a minha pontuação seria 8. E vocês? Será que sentem a mesma paixão por este actor, tal como eu sinto por ele??

13
Out15

De volta ao trabalho (depois de um só dia de folga)

E depois de uma folga que soube mesmo a muito pouco, hoje regresso a mais uma longa semana de trabalho. Só de pensar que agora a próxima folga é só no domingo, eu fico... bem! O melhor é nem pensar. Ando cansado mas prefiro ignorar esse cansaço. E a partir de hoje, começo a fazer um novo horário no trabalho. Vou fazer o chamado 'fecho' e para falar a verdade não estou nada animado com isso. Não gosto muito desse horário mas como entrei agora neste novo trabalho, não posso fazer-me de esquisito. 



Ontem lembrei-me que ainda não vos falei deste meu trabalho. E para falar a verdade eu nem vou falar com muitos detalhes. Este mundo é tão pequeno que nunca se sabe se tenho colegas que podem chegar até aqui ao MORE e ler tudo o que escrevo. Mas há de facto coisas relacionadas com o meu trabalho que eu por acaso gostava de comentar. Como por exemplo o caso de ter um colega de trabalho (que por sinal é bem engraçadinho), que neste momento é conhecido por todos, como o tipo que tem o pepino pequeno. Ainda não percebi donde surgiu essa história do pepino pequeno mas o que eu sei, é que ele já se disponibilizou a mostrar a muitas colegas o dito pepino, de forma a provar que ele é bem grande. Infelizmente ele ainda não quis provar isso a mim mas se ele estiver a fim, eu aceito na hora. Mas isso é uma historia a contar em breve. Agora terei que preparar-me pois daqui a pouco entro no trabalho.


Beijinhos e abraços para todos e continuação de um óptimo dia...

13
Out15

100 anos de Moda Masculina em 3 minutos


 


O vídeo que se segue já é antigo e já era para ser publicado no blog há algum tempo, até porque vem no seguimento de um vídeo já publicado no MORE e que mostra a evolução do fato de banho (masculino) ao longo destes últimos 100 anos (cliquem aqui para reverem o vídeo). Hoje, a ideia é verem um vídeo muito parecido mas que em vez de mostrar a evolução do fato de banho, mostra sim a evolução da moda masculina ao longo desses 100 últimos anos. Como é que se vestia um homem à 100 anos atrás? A resposta esta num original vídeo de 3 minutos que mostra dez décadas diferentes e dez maneiras diferentes de se vestir. Convido-vos agora a darem um clique no play e vejam o vídeo e a evolução da moda...


 



 


E agora que viram o vídeo, proponho-vos um desafio. Qual a década mais interessante para vocês? Qual a peça de roupa referente a uma determinada época, que vocês não se importavam nada de vestir. Convido-vos a darem um olho novamente por todas as roupinhas e a decidirem-se por um.


 













 


E claro! Se vocês forem tarados como eu, vocês nem se quer vão dar atenção às peças de vestuário. A vossa atenção vai estar toda centrada nisso...



 


...e há razões para isso, não há?!

12
Out15

Mais um post escrito pelo smartphone...

A partir de hoje acho que vou tentar dar mais uso ao meu smartphone para publicar mais artigos no blog. Eu até já escrevi em tempos um post através do meu smartphone mas já na altura confessei que escrever por aqui é muito complicado. Não dá muito jeito. E as ideias pela minha cabeça passam a uma velocidade tal que não consigo escrever no mesmo ritmo com apenas um dedinho, neste teclado bem esquisito. Mas vou fazer um esforço. Vou tentar passar mais vezes pelo blog tanto nas pausas no meu trabalho, como no tempo livre que passo nos transportes. Não prometo nada mas... vou tentar! Até porque tenho tido muitas coisas para contar. Não tenho é tido tempo para ligar o PC, sentar-me junto a ele e escrever tudo o que quero. Ás vezes gostava de ter uma aplicação que permitisse eu ditar um texto em voz alta e esse texto aparecer depois escrito num ficheiro do Word, por exemplo. Não sei se uma coisa dessas existe mas caso conheçam uma aplicação do género, não se esqueçam de partilhar essa notícia comigo.


 


Neste momento estou aqui na sala a escrever este texto enquanto que na TV passa a novela 'Santa Barbara'. Não tenho acompanhado ela com toda a atenção mas a novela até parece ser interessante. Mas por hoje chega de novela. Ao fim de uma semana de trabalho, tenho imensas series atrasadas para ver e uma dessas series é o 'The Leftovers'. A serie regressou à bem pouco tempo e neste momento já tenho dois episódios gravados para ver. Por isso, boa noite pessoal...

12
Out15

A minha música favorita (no momento!!)


 


Há uma nova música, que toca sem parar no meu ouvido e mesmo que eu não tenha os phones nos ouvidos e nem mesmo o mp3 ligado, essa música passa pela minha cabeça, talvez umas 10, 15 horas por dia. Estou  fascinado por ela e isso até nem me admira. É que a música está associada ao agente mais conhecido do mundo, ao novo filme do James Bond e por norma, eu amo sempre todas as músicas que fizeram parte da banda sonora dos filmes do agente 007. E falando apenas da era do Daniel Craig (que para mim é o melhor James Bond de todos), em 2006 Chris Cornell apresentou-nos o "You Know My Name" do filme "Casino Royale", em 2008, os artista que se seguiram para abrilhantar a banda sonora do filme "Quantum of Solace" foram a dupla Jack White e Alicia Keys com o tema "Another Way to Die". Depois, em 2012, quem se seguiu foi a maravilhosa Adele com o tema "Skyfall" que é simplesmente genial, maravilhoso, uma coisa do outro mundo. Mas neste ano de 2015, Daniel Craig regressa, naquela que poderá ser a sua ultima interpretação no papel de James Bond e o artista que desta vez da voz ao tema principal do filme "Spectre", que estreia brevemente, é o grandioso Sam Smith que... eu adoro!!


 


Pela internet, já se consegue ouvir e ver o videoclip da música "Writing's on the Wall" e eu estou realmente fascinado com esse tema. Diria mesmo que é já o meu tema favorito associado aos filmes do 007. Sim! Acho que "Writing's on the Wall" já conseguiu superar o "Skyfall" e eu espero que o filme "Spectre" seja tão bom quanto o anterior. E enquanto que o filme não chega ao cinema, que com toda a certeza irei vê-lo na semana de estreia, vou clicar uma vez mais no play do vídeo abaixo, para ouvir uma vez mais esta maravilhosa música que não me sai da cabeça. Convido-vos a fazerem o mesmo.


 


12
Out15

Cinema | Toute première fois (Maxime Govare, Noémie Saglio_2015)


 


Há uns dias atrás, tive a oportunidade de ver um filme francês, que por acaso, até passou pelas nossas salas de cinema mas que infelizmente na altura, não consegui arranjar tempo para vê-lo no grande ecrã. Mas felizmente consegui vê-lo agora e confesso que depois de o ter visto, fiquei um pouquinho desiludido em relação a ele. Desiludido, talvez porque criei grandes (e falsas) expectativas em relação ao filme e depois, ele veio a revelar-se algo que eu não estava à espera.


 


TOUTE PREMIÈRE FOIS (ou em português "Há Sempre uma Primeira Vez"), é uma comédia interessante que conta a história de um homem, Jérémy Deprez (Pio Marmaï), que aos 15 anos assumiu perante tudo e todos a sua homossexualidade e agora, aos 34 anos, apesar de ter um relacionamento sério e duradouro com Antoine (Lannick Gautry), ele viveu pela primeira vez a experiência de ter tido sexo com uma mulher. E a felizarda (ou não!) foi Adna (Adrianna Gradziel), uma estranha mulher que surge na vida de Jerémy e que faz com que toda a vida do homem vire de cabeça para baixo. Com uma única experiência sexual com uma mulher, Jerémy começa a questionar se realmente pretende casar e passar o resto dos seus dias ao lado de um homem, ou se prefere então conhecer melhor esse novo sentimento, saber se valerá a pena dar uma oportunidade a essa nova experiencia sexual, que pode vir a tornar-se num grande amor. Ao seu lado, para o ajudar nessa difícil decisão, ele tem a companhia de uns pais muito liberais e radicais, que amam de paixão Antoine, o namorado do filho, e não vêem a hora de os dois se casarem. Mas Jerémy conta ainda com o apoio do seu melhor amigo Charles que... enfim! Apaixonei-me! Sim! Estou mesmo muito apaixonado pelo actor Franck Gastambide que é lindo! Mesmo muito lindo! Tem um sorriso maravilhoso, um corpo espectacular, um movimento de pénis que... Oh meu Deus! Faz com que um homem desses surja na minha vida, pois eu já ficarei feliz para toda a eternidade. Mas enfim! Acho que já estou a fugir um pouco do tema. Esse seu amigo Charles, sem querer tomar partido de ninguém, nem de Adna nem de Antoine, irá fazer com que o seu amigo perceba realmente aquilo que quer e com quem será que Jerémy irá ficar no final?? Pois! Acho que essa foi mesmo a desilusão do filme.


 


Para comédia o filme até está engraçado. Tem alguns momentos divertidos e aquela família do Jerémy é uma coisa do outro mundo. Tanto os pais, como a irmã e o cunhado são super hilariantes mas... o filme não conseguiu ser totalmente do meu agrado. Sabem?! Eu estou muito habituado a ver história de homens (heterossexuais convictos) que de repente, descobrem outros prazeres e apaixonam-se por homens. Acho que com este "Há Sempre uma Primeira Vez", foi realmente a primeira vez que vi o inverso a acontecer. Um homossexual convicto, a de repente envolver-se com uma mulher e a apaixonar-se por ela. De tal forma que abandona tudo para ficar com ela. Pode parecer um preconceito da minha parte mas para mim é estranho isso acontecer e por isso, foi muito difícil simpatizar-me com a personagem Adna. Uma personagem que até é muito querida, que só queremos desejar o bem a ela mas... quando ela mete-se no meio de um relacionamento tão bonito de dez anos, a vontade que eu tive foi mesmo de esgana-la. Foi de cuspir na cara dela, ou no copo de champanhe que ela um dia irá beber. Por ter visto o inverso daquilo que estou habituado, este filme foi estranho. Não consigo dizer se gostei ou não e acho que terei que ver uma segunda vez, deixando os preconceitos de lado, para então chegar a uma conclusão. De qualquer forma, recomendo também que vejam este filme. Vejam, tirem as vossas próprias conclusões e depois partilhem as vossas opiniões.


 



 


Eu agora, vou sonhar um pouco mais com o Franck Gastambide que... enfim! Se eu tivesse um melhor amigo hetero como ele, acho que eu não resistia em saltar-lhe para cima. E vocês, o que é que acham?!


 






12
Out15

1+1=1 (Parte 3)

Parte_3


 


Foi ao som de um toque de telemóvel que Artur acordou na manha seguinte. Depois de uma estranha noite, ele tinha acabado por dormir na sala. Apenas com os boxers no corpo, ele estava estendido no sofá e pelo chão, estava a sua t-shirt, os calções, algumas almofadas, as chaves do carro e ainda o seu telemóvel. A janela da sala estava completamente aberta e os raios de sol já iluminavam toda aquela divisão da casa.


 


Quando ouviu o som do toque do telemóvel, Artur acordou um pouco assustado. Talvez mais confuso. Olhou à sua volta e por momentos estranhou ter ficado na sala a dormir. As mãos que foram directas à cabeça, deram sinais de que ele estava com uma terrível dor de cabeça. Olhou depois para o relógio junto à televisão e assustou-se quando verificou que já faltavam poucos minutos para as 11 horas. Felizmente ele naquele dia estava de folga do part-time no call center, mas mesmo que não tivesse, a sua cara de mal disposto dava a entender que ele hoje não teria paciência nenhuma para aturar clientes chatos a reclamar ao seu ouvido. Sentou-se no sofá e pegou no telemóvel do chão para ver a mensagem que tinha recebido. Rapidamente verificou que era uma mensagem da Mónica que ele leu em seguida:


 


«Já estás acordado?» perguntava ela na mensagem, ao que o Artur respondeu logo dizendo que sim. E sem demoras, a Mónica enviou-lhe outra mensagem que dizia o seguinte:


 


«Eu já estou no hospital como a minha irmã e com a minha mãe. Estamos à espera de sermos chamadas e estamos todas aqui cheias de medo.»


 


E ao ler a mensagem, Artur ficou sem saber o que dizer. Ele sabia que neste momento difícil, era importante ele apoiar a sua namorada mas às vezes ele não sabia como. Nunca tinha passado por uma situação dessas e estar dentro de um problema familiar que não era propriamente seu, deixava-o um pouco incomodado. Ele tentava fazer de tudo para dar força à sua namorada mas ele tinha a perfeita noção de que naquele momento, e durante os últimos meses que passaram, ele não estava a ser propriamente o melhor namorado do mundo. Mas perante aquela mensagem, ele respondeu o seguinte:


 


«Não te preocupes! Vai correr tudo bem!» e isso era o que ele sempre dizia, se bem que lá no fundo, ele tinha sempre receio de que as coisas não corressem realmente tão bem como ele queria. E depois de ter enviado essa mensagem, ele enviou logo outra de seguida com o texto: «Queres que eu vá aí ter com vocês?»


 


«Não! Não é preciso! Este momento para já terá que ser só nosso.» respondeu ela.


 


«Mas vai dando-me notícias.» respondeu de imediato Artur e logo recebeu a resposta dela.


 


«Claro! Assim que possível já te digo alguma coisa!»


 


Para terminar essa troca de mensagens, Artur terminou enviando-lhe uma mensagem com alguns corações e com um beijo. Por momentos ainda ficou à espera de uma resposta dela, com uma outra mensagem de amor da sua parte mas não. Ele bem que esperou mas a sua mensagem tinha mesmo sido a última. E com a falta dessa resposta que ele até gostava de receber, para ver se pelo menos o seu dia começava da melhor forma, veio à memória dele de que já não era a primeira vez que isso acontecia entre eles.


 


Nesses últimos meses a Mónica praticamente não parava em casa. Se não estava no trabalho, ela estava era na casa da mãe. Às vezes, Artur até achava que ela já se tinha mudado de vez novamente para a casa da mãe. E das poucas vezes que se viam, era quando ele fazia-lhe uma visita ao trabalho, ou então, quando ela passava por casa, para buscar algumas roupas para depois voltar para a casa da mãe. Quase nunca estavam juntos. Pouco ou nada falavam e quando falavam era apenas sobre coisas banais. Trocavam eram muitas mensagens por telemóvel. Isso era frequente todos os dias mas o que infelizmente também era frequente, era Artur através dessas mensagens demonstrar o carinho e o amor que tinha por ela e por outro lado, ela nunca corresponder a essas demonstrações de amor. À semelhança do que tinha acabado de acontecer, Artur tinha ficado a aguardar uma resposta dela, com pelo menos a mandar-lhe um beijo, a desejar-lhe um bom dia mas não. Isso não aconteceu e Artur já começava a ficar um pouco confuso e preocupado em relação a isso. Será que a Mónica estava a deixar de gostar dele? Esse era sempre o seu primeiro pensamento mas depois ele acordava para a vida e percebia que o mundo não girava só em torno da vida dele e da Mónica. Neste momento, haviam coisas mais sérias, mais importantes do que pensar. E uma dessas coisas era o terrível drama pelo qual a Mónica estava a passar no momento.


 


Apesar de nesses dias sentir muito a falta da Mónica, ele compreendia e aceitava essa sua ausência. Ele compreendia o facto dela neste momento não ter cabeça para o amor. Talvez quem passa por uma situação idêntica, talvez opte por deixar de lado um pouco o amor entre namorada e namorado e passe a dedicar-se única e exclusivamente ao amor de uma filha por uma mãe e de uma mãe por uma filha.


 


Há uns meses atrás, a dona Celeste, mãe da Mónica, tinha descoberto uns nódulos na sua mama e tendo em conta o longo historial de mulheres da família dela que já tinham morrido de cancro, essa descoberta foi um choque não só para a Celeste, como também para a Mónica e a sua irmã Mariana. Rapidamente ela fez alguns testes e acabou-se por descobrir o pior. O nódulo que tinha na mama era maligno e seria necessário passar por alguns tratamentos. Tratamentos esses que passaram pela retirada do seio e por quimioterapia. Nesses momentos difíceis, tanto a Mónica como a irmã, sempre estiveram do lado da mãe e se Artur tivesse uma mãe a passar pelo mesmo, talvez ele faria o mesmo que a sua namorada estava a fazer agora com a sua. Por isso ele compreendia essa ausência. Compreendia que primeiro, está a saúde e o bem estar da sua sogra e só depois é que ele devia pensar em si. E quando há um mês atrás parecia que os tratamentos estavam a correr bem, o médico veio com a suspeita de que afinal, o tratamento não estava a fazer efeito e que o tumor, andava a alargar-se para outras áreas do corpo. Foram feitos uns exames para acabar com essas suspeitas e hoje, hoje seria o grande dia. Hoje era o dia em que das mãos do médico, a Celeste iria receber os resultados desses últimos exames. Por essa mesma razão é que a Mónica estava no Hospital a acompanhar a mãe. Era preciso estarem todas juntas neste momento. E num drama assim tão grande, Artur não conseguia às vezes reagir como devia de ser. Ele queria acreditar que tudo ia correr bem mas Artur sempre tinha sido um homem muito pragmático e tendo em conta os relatórios anteriores de alguns médicos a quem elas tinham pedido outras opiniões, Artur desconfiava que nada mais havia a fazer. Só que não tinha coragem de comentar essa sua opinião com a Mónica. Por essa razão, também não conseguia como transmitir força e coragem para ela. Artur sabia que mais cedo ou mais tarde ela iria sofrer ainda mais e até agora, ele não sabia como é que iria lidar com esse assunto. Para já, o importante foi esquecer esse assunto por alguns momentos. Pelo menos para ver se ele conseguia ter uma manha mais sossegada, mais animada mas... isso acabou por não ser possível.


 


Quando levantou-se do sofá, a dor de cabeça ainda era permanente. Seguiu até à cozinha e quando abriu a porta do frigorifico,  reparou que esse estava completamente vazio. Lembrou-se de imediato que hoje, sem falta, teria que ir ao supermercado fazer compras. Ali abandonado no frigorifico, lá acabou por encontrar uma maça ainda em condições. Pegou nela e nem hesitou em dar uma trinca. Depois, fechando a porta e continuando a comer a sua maça, foi até à janela onde lá parou para olhar a rua. Para olhar a paisagem que apesar de não ser nada de especial, o distraia enquanto acabava de comer aquela maça. Quando já não havia o que comer, colocou o resto da maça no lixo e no armário da cozinha procurou por lá uma caixa de comprimidos que ele sabia que andava por ali. A dor de cabeça mantinha e ele não estava disposto a esperar que ela desaparecesse assim do nada. Quando encontrou a caixa, colocou um comprimido na boca e com a ajuda de um copo de água, engoliu-o na esperança de que essa dor desaparece e não estragasse o seu dia de folga. Um dia em que não tinha nada planeado para fazer, que muito provavelmente iria ser para ficar em casa, estendido no sofá a ver as suas séries favoritas, mas mesmo para isso, ele queria estar bem. Queria ter um bom dia, animado e sem as dores.


 


As horas passavam e já começava a ficar tarde. Por isso, Artur seguiu para casa de banho onde aí, estava disposto a tomar um bom banho para ver se refrescava. Abriu a torneira do chuveiro entre o quente e o frio e quando parou à frente do espelho, lembrou-se que tinha que fazer a barba mas... não! Ele naquele momento não tinha cabeça nenhuma para aquilo. Aliás! Se havia coisa que o Artur odiava era ter que fazer a barba. Por isso, de forma a não ter que passar as lâminas pelo seu rosto sensível, ele já há muito que tinha optado por um visual com barba. Mas não daqueles visuais com uma barba farfalhuda como andava agora muito na moda. Com a ajuda de uma máquina de cortar cabelo, ele de vez em quando aparava a barba mas deixava sempre aquele ar de quem tinha uma barba de três dias por fazer. Não era uma barba longa, mas era o suficiente para dar-lhe um ar mais adulto. É que apesar dos seus 28 anos, Artur não conseguia deixar de lado aquele seu ar muito juvenil. Ele não era muito alto. Tinha por volta de um metro e sessenta oito e depois era muito magro. Mas mesmo muito magro. Daqueles que eram só pele e osso. Ele às vezes fazia de tudo para ganhar uns quilinhos mas nunca tinha essa sorte. Ele era daqueles que por vezes comia e comia sem parar mas o seu organismo não permitia que ele engordasse. A única solução para ganhar mais corpo, seria a ida ao ginásio com frequência e aderir à prática da musculação. Por diversas vezes ele pensou nessa possibilidade, a fim de conseguir ganhar alguma massa muscular mas de momento, não dava para ter gastos extras na vida dele. Todos os meses ele já tinha que pagar a casa, pagar o conteúdo da casa e as suas despesas, tinha ainda que pagar pelo carro, enfim... Neste momento, tanto ele como a Mónica andavam atolados de dívidas e apesar de agora até ganharem um pouco mais, havias gastos que nenhum deles queriam ter no momento. E o ginásio era um desses. Apesar de gostar de ver-se com mais corpo, com uns abdominais bem definidos, ele até estava satisfeito com o seu corpo. E porque é que não havia de estar? Pelo menos a Mónica nunca havia reclamado sobre a sua magreza. Nunca havia reclamado do seu visual. Gostava dele tal e qual como ele era e isso era o suficiente para ele. Mas apesar de magro, Artur sabia que era bonito. Sim! Ele era um jovem muito bonito. Tinha uns cabelos castanhos e encaracolados, que a Mónica adorava passar a mão, brincar com os seus muitos caracóis. Tinha uns olhos verdes e fascinantes, que estavam quase sempre escondidos por de trás de uns óculos não muito graduados. Sim! Para além de professor, Artur tinha mesmo aquele ar de intelectual. Um intelectual de óculos, com a armação partida mas nem para isso, ele queria agora gastar dinheiro.


 


Depois de ter cedido à preguiça de aparar a barba, Artur despiu os seus boxers de super homem e lá acabou por entrar dentro do chuveiro. E apesar de ser um homem de barba, Artur até nem tinha muitos pelos no corpo. Tinha alguns no peito, na barriga, nas pernas mas não era assim nada de especial. E ainda bem para ele, pois ele não era muito fã de pelos.


 


A água morna começou a escorrer pelo seu corpo e essa era uma sensação boa para Artur que começava a sentir algum alivio na cabeça. E com esse alívio, ele acabou por sentir uma necessidade que já começava a ser frequente nas suas manhas, enquanto tomava banho. Devido aos problemas familiares, Artur e Mónica já não tinham propriamente uma vida sexual há já algum tempo. Artur preferia até nem pensar há quanto tempo não tinha sexo com ela. Sabia apenas que já fazia alguns meses desde a ultima vez em que realmente tinha havido sexo e ele começava já a sentir falta desse momento a dois. Das vezes em que a Mónica regressava a casa e os dois dormiam juntos na mesma cama, muitas foram as vezes em que ele tentou mas o cansaço e a falta de vontade  da Mónica, sempre fizeram com que ele recuasse. Mas Artur era humano. Era um homem como qualquer homem e por isso, havia dias em que a tal necessidade falava mais alto. E não! Nunca pensou trair a namorada apenas para aliviar-se dessa necessidade e oportunidades até nem lhe faltavam. No call center do trabalho, havia uma rapariga com quem ele dava-se muito bem e que por diversas vezes ela já tinha dado sinais de que estaria disposta a ir para a cama com ele mas não, Artur não era capaz. Sentia saudades do sexo, sentia saudades daquela boa sensação do corpo a corpo, sentia saudades de abraçar e beijar o corpo nu da sua mulher mas... enquanto o drama da sua mãe não chegasse ao fim, ele sabia que da parte da Mónica não iria conseguir satisfazer essa sua necessidade. Por isso, apesar de nunca ter sido muito frequente a pratica da masturbação ao longo de toda a sua vida, ao fim de um tempo, Artur começou a dar prazer a si próprio durante os banhos da manha. E essa era a vontade que ele tinha naquele momento.


 


Já com o seu pénis completamente erecto, Artur foi-se masturbando. Primeiro com movimentos mais curtos, a pensar na boca húmida e fresca da sua namorada. A pensar nos seus seios, que apesar de não serem muito grandes, eram o suficiente para ele imaginar em estar ali a agarra-los, beija-los, e a lamber os seus mamilos. E enquanto o seu pensamento estava perdido na beleza nua e crua da sua namorada, Artur começava a acelerar nos movimentos de prazer e enquanto se masturbava, imaginava a sua mão percorrer o corpo de Mónica até chegar aquele ponto mágico. Ao ponto maravilhoso que dava tanto prazer a ele, como também a ela. E só de imaginar passar a mão por ali, passar a sua boca e beijar aqueles lábios inferiores da Mónica, uns lábios carnudos e deliciosos, isso fazia com que ele sentisse ainda mais prazer nesse momento de sexo a solo. E quando os seus movimentos começaram a ser mais rápidos, quando ele sentiu que já estava perto de ter aquela explosão maravilhosa de prazer, algo estranho aconteceu nos pensamentos. Num rápido abrir e fechar de olhos, a imagem da Mónica nua e esbelta à sua frente evaporou-se por completo e o único pensamento que ele conseguiu ter naquele momento, foi o de Miguel a beijar-lhe os lábios. E não! Não um daqueles beijos rápidos e simples que Miguel tinha-lhe roubado na noite anterior. No seu pensamento, enquanto a sua mão massajava com prazer o seu pénis, Miguel beijava-o com muita intensidade. Um beijo em que a língua do jovem entrava na sua boca e brincava com a sua língua. Um beijo, onde com delicadeza Miguel mordia-lhe o lábio inferior. Um beijo quente, um beijo arrebatador e todo esse pensamento começou a fazer-lhe imensa confusão na cabeça. Artur ainda tentou apagar esse pensamento e voltar a ter a sua namorada à frente mas isso não foi possível. Artur ainda tentou parar aquele momento de masturbação, pois os pensamentos actuais estavam a dar-lhe nojo mas não, isso também não foi possível. Artur continuou e sentia que já estava quase, quase a vir-se mas não havia meio da Mónica voltar ao seu pensamento. Ali só havia espaço para um e esse um era o Miguel. Um Miguel que agora, para além dos beijos na boca, começava a beijar-lhe o pescoço, a beijar o seu peito, o seu mamilo, a sua barriga, o seu umbigo e Artur achou que já não conseguia mais evitar. Mesmo não querendo, era com a imagem de Miguel a beijar-lhe que ele ia concluir o seu momento de prazer. E essa imagem, tão forte que parecia real, continuava sem parar. Miguel beijava-lhe um umbigo e foi descendo pela sua zona pélvica e quando Miguel chegou lá... Artur não aguentou mais. Gemeu de prazer com aquele orgasmo maravilhoso que acabara de ter e vendo o seu muito esperma misturar-se com a água e a desaparecer pelo cano abaixo, Artur encostou-se à parede. Estava cansado mas estava bastante aliviado. Bastante satisfeito mas... estava também assustado. Confuso. Com nojo de si próprio e já não sabia mais em que pensar. Depois do prazer, veio a desilusão e sem saber o que fazer, apenas disse:


 


— Mas que merda foi esta?


 


CONTINUA...


 


10
Out15

Eu já... (#5)


 


Eu já... faltei muitas vezes ao trabalho com a desculpa de que estava doente, quando na verdade não estava!


(mas quem é que já não deu uma dessas desculpas ao patrão, apenas para ficar mais um dia de folga em casa?)


 


[E tu?! Já fizeste coisas de que te orgulhes, ou não, mas gostarias de partilhar?! Então, participa nesta iniciativa...]

05
Out15

Cinema | Maze Runner: Prova de Fogo (Wes Ball_2015)

Maze Runner Prova de Fogo (01)


 


Foi na passada quinta feira que fui uma vez mais ao cinema. Tenho ido tão poucas vezes mas já prometi a mim mesmo que a partir de agora, irei tentar ir ao cinema com mais frequência. É que o cinema é o meu único vício e o meu hobbie favorito. Por isso tenho que ir mais vezes e sempre que lá for, dou-vos a conhecer aquilo que fui ver. E o último filme que vi, foi o MAZE RUNNER: PROVAS DE FOGO, um filme com muita acção e com alguns sustos improváveis. E em relação a ele, eu só tenho a dizer que gostei. A minha opinião é positiva e agora, estou ansioso para que chegue o quanto antes a terceira parte do filme. Mas quanto a isso, acho que ainda irá demorar um pouco.


 


Foi no ano passado que tomei conhecimento da saga "Maze Runner" e logo nessa altura, fiquei fascinado com a história do filme e a história dos livros. Sim! É que este é mais um filme baseado em livros, livros esses que eu até já tentei ler mas optei por dedicar-me apenas aos filmes. E o primeiro filme "Maze Runner: Correr ou Morrer", foi sem dúvida alguma uma grande surpresa. Lembro-me que fui vê-lo ao cinema, sem nada saber em relação a ele e sem nunca ter visto o trailer e confesso que no final do filme, fiquei todo arrepiado. Mas foi um arrepio por ter gostado imenso do filme. Do enredo, dos jovens actores, dos efeitos, da correria frenética, do maravilhoso trabalho de realização, enfim! Fiquei mesmo maravilhado com o filme e por isso, é claro que teria que ver esta segunda parte do Maze Runner o quanto antes. Não consegui ir na semana de estreia, mas fui na semana passada e apesar do filme não ter sido tão surpreendente como o primeiro, a verdade é que gostei, adorei e... eu não devia confessar isso mas eu adorava um dia cruzar-me com um Thomas (Dylan O'Brien) na minha vida mas isso, são outras conversas.


 


Já com um elenco maior, onde não só os jovens se destacam, "Maze Runner: Prova de Fogo" é um filme com quase duas horas de duração e ao longo desse tempo, passamos por todas as emoções possíveis. Passamos da alegria à tristeza, do amor ao ódio, à raiva e ao medo. Sim! Há algumas cenas assustadoras, dignas de um filme de terror mas isso é porque eu ando um pouco sensível e assusto-me com tudo e com nada.


 


Maze Runner Prova de Fogo (02)


 


Espero que aceitem esta minha boa sugestão de cinema e assim que possível, partilhem a vossa opinião comigo...

05
Out15

Ando ausente...

Olá! Infelizmente tenho andado muito ausente do blog, mas isso é porque não tenho tido mesmo forças para ligar o PC, navegar pela net e escrever algo. Tenho andado tão cansado que quando chego a casa, só quero mesmo é sentar-me (ou deitar-me) e relaxar ao máximo. Para além do cansaço, tenho andado meio adoentado e sinto que me doem os ossos do corpo todo, mas mais principalmente os ossos das minhas mãos. Tenho andado com umas dores estranhas que até teclar no computador, faz com que eu sinta algum desconforto. Por isso tudo e por mais algumas coisas, lamento não estar tão presente no MORE e nem nos blogs que eu gostava de visitar. É que até mesmo nos meus dias de folga, que é o caso de hoje, só tenho vontade de estar estendido no sofá a ver as novelas, séries e filmes que não vi ao longo da semana toda. E olha que tenho mesmo muita coisa para ver. Mas enfim!!


 


Hoje só passei por aqui, para desejar a todos vocês, uma óptima semana. Como todos sabem, hoje é segunda-feira mas para mim, hoje é sábado e vou querer aproveitar este meu fim de semana para descansar e recuperar energias, pois bem que estou a precisar...

02
Out15

1+1=1 (Parte 2)

Parte_2


 


Ao fim de seis meses de convivência, em que praticamente se viam todas as semanas, Artur já havia percebido que Miguel era diferente. Os dois nunca chegaram a conversar sobre o assunto e nem mesmo tinham que conversar mas Artur, já havia desconfiado várias vezes de que o jovem a quem ele dava explicações de matemática, era homossexual. Ele até já tinha comentado sobre o assunto com a Mónica. É que tal como Artur, a Mónica também passava algum tempo com Miguel todas as semanas. Assim que Artur começou a dar explicações a Miguel, o jovem optou por fazer da Mónica, tal como a sua mãe já havia feito, a sua cabeleireira de eleição. E Miguel era vaidoso. Muito vaidoso mesmo! Estava sempre muito bem vestido, com as roupas do momento e sempre de marcas bem caras. E todas as semanas fazia questão de estar aos cuidados da Mónica para mudar o seu corte de cabelo. As vezes a mudança era pequena mas era o suficiente para ele ter sempre um novo e diferente visual todas as semanas. Está certo que a vaidade não era o suficiente para Artur considerá-lo gay. Havia outros motivos para ele ter chegado a essa conclusão, motivos esses que Artur preferiu nunca mencionar à sua namorada, nos momentos em que falavam tanto de Filó, que era uma autentica personagem, como do seu filho Miguel. E das vezes todas que falaram sobre a suposta homossexualidade do jovem , a Mónica nunca quis acreditar nisso. Ela concordava com o seu namorado, quando esse dizia-lhe que havia ali qualquer coisa estranha no jovem mas em relação ao ele ser gay ela não estava tão confiante assim. Aliás! Para a Mónica, ela estava convencida de que o Miguel tinha namorada. Sempre que ele ia ao cabeleireiro, ele ia na companhia de uma bela jovem, tão bela que era digna de ser capa daquelas revistas de moda. E ela até já os tinha apanhado as beijos na boca. Mas Artur não estava tão confiante assim. Não que isso fosse do interesse deles, mas desde que a Filó e o seu filho Miguel entraram na vida do casal Artur e Mónica, os dois estranhos praticamente começaram a fazer parte da família deles. Não propriamente família mas era frequente eles os dois falarem dessa mãe e desse filho, que eram super ricos e que graças às boas gorjetas que Filó dava e ao valor que ela pagava a Artur pelas explicações, ao longo desses seis meses, eles tinham conseguido levar uma vida com um bocadinho mais de luxo. Por isso, já era normal eles todas as noites falaram uma ou outra coisa dessa família Calado.


 


Em relação aos outros motivos que levavam o Artur a desconfiar da orientação sexual de Miguel, e que ele nunca tinha tido coragem de comentar isso com a namorada, esses motivos faziam com que ele tivesse a certeza disso. Mas para o Artur não era problema nenhum. E nem era importante saber se Miguel gostava de homens ou mulheres. Ele não tinha problema nenhum em relação à homossexualidade. Para Artur, cada um era livre de se apaixonar por quem quisesse. E por acaso, ao longo dos últimos anos em que ele tinha dado explicação a vários jovens, ele já tinha-se deparado com vários que com toda a certeza eram gays ou lésbicas. Alguns deles davam mesmo sinais de já terem assumido isso e de viverem bem com isso. Havia outros que aparentavam estarem ainda numa fase de indecisão e esse talvez era o caso de Miguel. Pelo menos Artur achava isso. Mas com Miguel a história era talvez outra.


 


No inicio, quando as coisas estranhas começaram a acontecer durante as explicações, coisas essas que ele nunca teve coragem de contar para a Mónica, Artur achou não ser nada de especial. Artur limitou-se a fazer aquilo para o qual foi contratado e melhor sabia fazer, que era ensinar Matemática. Mas agora, agora que estava perante uma estranha noite, onde tinha acabado de sentir os lábios de Miguel colados aos seus. Artur começou a lembrar-se de algumas situações que aconteceram ao longo desses seis meses. Situações essas que davam claros sinais de que Miguel, sentia alguma coisa por Artur. Situações como fazer questão de tocar na mão de Artur quando esse lhe passava o caderno, o lápis ou um livro. Miguel não hesitava. Sempre que havia ali uma oportunidade, Miguel tocava na mão e no braço de Artur. Para Artur era uma coisa normal e sem significado, ou talvez não. Agora que tentava perceber o porque de Miguel lhe ter roubado um beijo, ele começava a ver as coisas com outros olhos. Havia dias em que em vez de prestar atenção aos exercícios, Miguel deixava-se ficar a cheirar o pescoço de Artur sempre que esse estava mais próximo dele. Um dia Artur achou isso tão estranho que não hesitou em perguntar-lhe o que ele estava a fazer. Miguel apenas disse que gostava do perfume que Artur usava e que andava apenas a tentar descobrir qual era. E de forma a acabar com essa dúvida de Miguel e de forma ainda de não o apanhar mais vezes a cheirar o seu pescoço, Artur lá acabou por dizer que ele só usava o perfume Boss. Mas não! Ter revelado qual era, não foi o suficiente para que o jovem, volta e meia, perdesse a concentração ao sentir o aroma do perfume. E houve até alturas em que Miguel distraísse por completo a olhar para Artur. Em vez de olhar para os exercícios, ele perdia-se a olhar para ele. Isso era algo que incomodava um pouco a Artur mas nunca antes falaram sobre o assunto.


 


E agora, com cada um em lados diferentes da porta, Artur questionava a si próprio. Será que alguma vez tinha dado razões para que Miguel fizesse o que tinha acabado de fazer? Será que Artur diga dado indícios para que hoje, ele invadisse a sua casa e o beijasse, assim, sem mais nem menos? Artur sabia que não! Tinha a certeza absoluta que nunca tinha dado motivos para que Miguel desse esse passo atrevido. Ele admitia que sim, que com ele, havia ali uma certa empolgação exagerada. Mas isso era apenas porque Miguel, ao contrário dos outros jovens que só queriam passar de ano e mais nada, Miguel tinha a mesma paixão de Artur pela matemática. E quando Artur encontrava uma pessoa assim, ele empenhava-se a 100% mas... será que isso tinha dado motivos e força para que Miguel seguisse em frente com a intenção do beijo? Artur questionou isso várias vezes, quando de forma cruel, fechou a porta na cara de Miguel. Será que Miguel, tinha interpretado tudo mal, quando Artur lhe deu permissão para trocarem algumas mensagens, quando ele tinha dúvidas de última hora? Naquele momento Artur não soube o que fazer. Quando fechou a porta imaginou que Miguel fosse embora mas isso não aconteceu. Miguel limitou-se apenas a encostar-se a porta, sentou-se no chão e chorou, chorou sem parar.


 


Artur já tinha tido a idade de Miguel. Também já tinha passado por amores não correspondidos e também já tinha chorado tal e qual como ele estava ali a chorar. Mas se quando era jovem, não conseguiu lidar com essas situações, agora que era adulto, também não conseguia ajudar alguém que estava a passar pelo mesmo. E isso era diferente. Era mesmo algo que ele nunca tinha vivido. Nunca nenhum jovem tinha-se apaixonado por ele. Nunca nenhum rapaz/homem tinha-lhe dito as coisas que Miguel disse. Isso era um terreno novo que ele não sabia como pisar. Mas Artur sabia também que não podia deixar Miguel ali a chorar sem parar, na entrada do prédio e à porta da sua casa. Podia algum vizinho ouvir e querer saber o que se passava e por isso, Artur naquele momento só sabia de uma coisa. Tinha que arranjar maneira de fazer com que Miguel se acalmasse, parasse de chorar e fosse para casa. Mas ele tinha que fazer isso mantendo a porta fechada. Era ridículo e Artur sabia disso, mas naquele momento, ele tinha medo que ao abrir a porta, Miguel tentasse algo contra ele. E de forma a que isso não acontecesse, Artur fez exactamente o mesmo que Miguel, encostou-se à porta e sentou-se no chão. Um em cada lado e com dúvidas que nunca mais terminavam, Artur acabou por dizer:


 


— Por favor Miguel! Vai para casa.


 


Miguel nada disse. Apenas continuou a chorar, a soluçar e as vezes, dava para perceber que dava murros no chão, ou na sua mochila. Mas Artur continuou a sua tarefa de tentar acalmá-lo.


 


— Já é tarde! A esta hora devias estar deitado a descansar. Amanha vai ser um dia importante. Devias pensar só nisso agora. Pensar em ter uma boa nota no exame. Afinal de contas, foi para isso que trabalhamos juntos todos esses dias.


 


Artur calou-se por uns momentos. Rezou para que aquelas suas palavras tivessem sido o suficiente para o acalmar mas não. Miguel continuava a chorar como uma criança perdida e isso, deixava Artur completamente destroçado. Ao longo desses seis meses, Artur nunca tinha visto Miguel naquele estado. Sempre o tinha visto com um sorriso rasgado no rosto. Com uma alegria nos olhos que às vezes, era difícil perceber como era possível ele estar sempre tão bem disposto. Sempre tão animado. Sempre a rir-se até das coisas mais parvas que Artur às vezes dizia só para o convencer a estudar. Era essa a imagem que Artur tinha de Miguel. A imagem de um jovem feliz. De um jovem que não tinha motivos algum para chorar. Para soluçar sem parar à porta da sua casa. Quando percebeu que não estava a ser bem sucedido na sua tarefa de o acalmar e de fazer com que ele fosse para casa, Artur passou à segunda fase da sua tarefa dizendo o seguinte:


 


— Ouve?! Se quiseres amanha podemos conversar sobre o que aconteceu aqui mas por favor, agora vai para  casa. Eu prometo que não estou chateado contigo. Prometo-te que se quiseres podemos ficar amigos mas agora vai para  casa. Pode ser?!


 


— Não consigo! — disse finalmente Miguel, no meio de muitos soluços e com essa sua primeira reacção, Artur achou que estava a ser bem sucedido.


 


— Claro que consegues! — disse ele. — Vai para casa que amanha é um outro dia e eu prometo que amanha a gente fala sobre o que tu quiseres.


 


— Posso mesmo cá voltar amanha? — perguntou ele já mais calmo.


 


— Claro que sim! Claro que podes Miguel. Tu és um bom rapaz. Eu sei disso. Sei também que neste momento deves estar confuso mas...


 


— Eu não estou confuso senhor Artur! — disse Miguel interrompendo-o. — E eu já não sou nenhum rapaz. Sou um homem! E estou muito certo em relação aos meus sentimentos. Sei que nunca senti isso por ninguém mas sei também que o que sinto por si é amor... Só amor!


 


Artur mais uma vez não gostou nada de ouvir aquela palavra a sair da sua boca mas optou por não dizer mais nada quando finalmente apercebeu-se que Miguel já estava mais calmo e que já estava a levantar-se do chão. Artur pensou que era desta. Era agora que Miguel ia-se embora e que essa estranha noite iria finalmente chegar ao fim.


 


Quando Miguel levantou-se do chão e colocou a sua mochila ás costas, Artur do outro lado da porta fez o mesmo, levantou-se.


 


— Obrigado por tudo senhor Artur! — disse Miguel antes de ir-se embora. — Eu não sei se amanha terei cabeça para o exame, mas de qualquer forma obrigado por acreditar em mim.


 


E a matemática era o ponto fraco de Artur. Quando depois de ouvir aquilo, passou pela cabeça de Artur a imagem de Miguel a faltar ao exame, Artur não hesitou. Abriu a porta e ficando frente a frente com o jovem, acabou por dizer.


 


— Por favor não abdiques dos teus sonhos por ninguém, ok?! Amanha faz o favor de ir àquele maldito exame e de ter um vinte ok? É só isso que eu te peço...


 


E por momentos Artur ficou com a sensação de querer dizer mais alguma coisa mas novamente, o estranho e intenso olhar de Miguel, fez com que ele se sentisse completamente nu a frente do jovem e da sua boca, já não foi possível sair mais nenhuma palavra. Nesse instante, para além de perceber o olhar de Miguel, Artur reparou que ele continuava a chorar. E o modo como ele chorava, o modo como as lágrimas caiem pelo seu rosto abaixo e todo o seu corpo tremia, fizeram-no lembrar alguém que ele conhecia tão bem. E esse alguém, quando passou pelo mesmo, só quis receber um abraço de consolo. Um abraço que nunca chegou a receber e que isso, fez com que esse alguém sofresse ainda mais. Fez com que o coração desse alguém se despedaçasse em mil pedaços. Artur sabia que Miguel precisava disso mesmo. De um abraço. Mas não! Isso ele não era capaz de fazer. A única coisa que ele era capaz de fazer naquele momento, era de não voltar a fechar-lhe a porta na cara. Dando uns passos atrás, Artur permitiu a entrada de Miguel na sua casa dizendo:


 


— Entra! Eu vou só lá dentro vestir algo mas eu já volto.


 


Artur virou-lhe as costas e afastou-se. Rapidamente já não estava na sala e Miguel não sabia o que fazer. A porta estava escancarada. À espera que ele entrasse mas Miguel estava na dúvida. Por momentos, foi ele que deve ter achado que estava a sonhar. Mas antes que o sonho chegasse ao fim, Miguel optou por entrar. Fechou a porta atrás de si e deixou-se ficar imóvel à espera da chegada de Artur. E nesse tempo, tudo e mais alguma coisa passou-lhe pela cabeça.


 


Já vestido com um calção e uma t-shirt e acompanhado por um copo de água, Artur regressou à sala. Miguel ainda estava imóvel junto à porta. Parecia uma estátua. Mas uma estatua feliz por ver novamente Artur à sua frente.


 


Artur aproximou-se dele, e esticou-lhe o braço com o copo de água.


 


— Toma! É para ti! — disse ele. — Agora se quiseres podes te sentar.


 


E no momento em que o copo passava da mão de Artur para Miguel, uma vez mais as duas mãos se tocaram. Tal e qual como aconteceu tantas vezes durante a explicação.


 


Artur foi sentar-se numa ponta do sofá e Miguel, bebendo um pouco daquela água, seguiu-o e acabou por sentar-se do outro lado do sofá. Os dois trocaram um olhar e Miguel, ja sentado, aproveitou para beber mais um golo da água.


 


— Eu trouxe-te água — disse Artur. — Mas se preferires eu posso trazer-te um chá se quiseres?


 


Miguel apenas abanou negativamente a cabeça.


 


— Já estás melhor? — perguntou Artur e mais uma vez, Miguel limitou-se a abanar a cabeça mas desta vez, afirmativamente.


 


Por momentos os dois permaneceram em silêncio. Miguel bebeu mais um pouco do seu olhar e várias vezes, enquanto ambos não sabiam bem para onde olhar, os seus olhares cruzavam-se. E durante esses olhares, Artur conseguia encontrar aquela alegria que ele encontrava sempre nos olhos de Miguel. Isso por um lado deixou-lhe aliviado. Era sinal de que o jovem estava a ficar mesmo mais calmo mas por outro lado, essa alegria deixava-o assustado. Será que era agora que Artur estava a dar sinais para que Miguel desse o passo seguinte? Pensou Artur, mas antes de reagir em relação a esse pensamento, Miguel terminou o silencio dizendo:


 


— Senhor Artur eu...


 


— Xiuuu! — interrompeu Artur. — Não digas nada! E por favor para de me chamar de senhor. Podes tratar-me apenas por Artur, ok?!


 


— Ok! Eu chamo mas...


 


— A sério Miguel — interrompeu Artur novamente. — Eu prometi-te que se quisesses, amanha falávamos sobre o assunto. Por isso não vamos dizer mais nada. Eu vou só buscar as chaves do carro e eu vou levar-te a casa.


 


— Não! — disse Miguel levantando-se de imediato. — Não é preciso!


 


— Não me custa nada! E para além disso, não estás em condições de ir para casa sozinho.


 


— E o senhor — disse Miguel sendo interrompido pelo olhar de reprovação de Artur, por este continuar a chamar-lhe de senhor. Mas Miguel rapidamente corrigiu. — Desculpe! O Artur não está em condições de conduzir. Eu vou sozinho.


 


— Não insistas! — eu vou levar-te e ponto final.


 


Mais uma vez Artur saiu da sala e deixou Miguel sozinho. Artur ia buscar as chaves do carro ao quarto e aproveitar para calçar uns ténis. Ele na verdade não estava mesmo em condições de conduzir mas achou por bem levar o jovem a casa. Apenas para ter a certeza de que ele realmente iria chegar bem.


 


Quando voltou à sala a dizer que estava pronto para irem, Miguel já lá não estava. A porta de casa estava aberta e Artur ainda foi a correr para a porta para ver se o via ainda na entrada mas não. Não havia sinal de Miguel. Artur voltou para casa. Abriu a janela da sala para espreitar a rua para ver se o via mas nada. A rua estava deserta e escura. Artur ainda pensou sair de casa e ver se ainda o apanha pela rua, de forma a levâ-lo a casa mas de repente, ouve-se um toque de telemóvel. Ele acha estranho estar a receber uma mensagem àquela hora mas o seu primeiro pensamento, foi que estava a receber uma mensagem da Mónica. Tirou o telemóvel do bolso e aí percebeu que ele estava sim a receber uma mensagem. Mas não da sua namorada. A mensagem era de Miguel que dizia o seguinte:


 


«Obrigado senhor Artur! Obrigado por tudo! Para si pode ser estranho eu estar a falar em amor mas eu sei aquilo que sinto. O senhor pode não sentir nada por mim (ainda!), mas aquilo que eu sinto por si é amor. Eu sei disso! Eu tenho a certeza disso. Tanta certeza como a certeza que eu tenho que um mais um, é igual a um...»


 


Ao ler aquela mensagem, Artur nem soube como reagir. Realmente falar de amor era algo estranho para Artur e isso era algo que o deixava mesmo muito incomodado. Mas sem saber muito bem porque, naquele momento Artur deixou escapar uma gargalhada. Talvez por naquele instante ter percebido que afinal o Miguel tinha razão, ele nunca tinha estado ali pela matemática. O Miguel soube-o enganar muito bem. Tão bem que o Artur estava mesmo convencido de que ele afinal percebia de matemática mas não! Naquele momento Artur esqueceu o cansaço. Esqueceu o beijo roubado. Esqueceu a aflição de ver Miguel a chorar e a soluçar sem parar. Naquele momento Artur só conseguiu rir de toda aquela situação. De toda aquela mensagem. Seis meses se passaram, meses em que todas as semanas ele tinha dedicado a 100% na tarefa de ensinar matemática a Miguel mas a sua tarefa não foi bem sucedida. Ao fim de seis meses, Miguel ainda não sabia a equação mais básica de todas. Ele não sabia que afinal, o resultado de um mais um não podia de forma alguma ser um, mas sim dois. E foi o final dessa sua mensagem que o fez rir. Rir sem parar até que a noite finalmente chegou ao fim...


 


CONTINUA...


01
Out15

Os Heroes regressaram (ou não!)


 


Estreou na passada segunda-feira, no canal Syfy, a série HEROES REBORN, que dá continuidade à série Heroes, que à nove anos atrás estreou a sua primeira temporada (e eu adorei!!). Eu já tive a oportunidade de assistir ao seu regresso e confesso que fiquei um pouco desiludido. Nesse primeiro episodio esperava algo mais, algo diferente, algo surpreendente mas a verdade é que nada me fez ficar de boca aberta, todo arrepiado, com os pelos eriçados, tal como aconteceu à nove anos atrás, quando vi o primeiro episódio de Heroes e de imediato fiquei apaixonado pelo personagem Peter Petrelli, ou melhor, eu fiquei foi mesmo é apaixonado pelo actor Milo Ventimiglia, que infelizmente, não está presente neste regresso. Mas não é o único, grande parte do elenco que compôs as primeiras temporadas da série, não quiseram participar neste Reborn e este novo elenco de actores, pelo menos nesse primeiro episódio, não me conseguiram convencer. Mas eu não vou desistir da série facilmente, até porque eu sou fã do Universo Heroes e ainda acredito que a série mesmo sem a Claire, sem o Sylar, sem o Nathan Petrelli a Niki Sanders entre outros, venha a conseguir superar as minhas expectativas.


 


E tu? Viste o primeiro episódio desta nova  série? Tal como eu eras fã das séries anteriores? Fico à espera das vossas respostas...

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